Terça-feira, 29 de Março de 2005
Título
(Não me tratem mal, que isto é grave...!)
Começo a perceber que há uma imensidão de gente a ler o que escrevo e a levar-me a sério (A parte da "imensidão" é apenas aplicável à quantidade de pessoas que me levam a sério, não à dos que conseguem ler o que escrevo...).
Não é que, o que eu digo, deva ser tido como brincadeira. Mas também não é necessário chegar ao extremo oposto.
Já pensei várias vezes no assunto. Já tentei, com vontade, modificar esta característica.
Sem resultados visíveis...
Não sou, de todo, impermeável a opiniões que não coincidam com as minhas. Pelo contrário. Por muito segura que esteja, relativamente à forma como me posiciono perante vários assuntos, nunca - é forte, a palavra, mas é a indicada - tenho a convicção firme de ter a razão do meu lado.
Respeito todas as opiniões fundamentadas, mesmo que não vislumbre validade nos fundamentos.
É a minha opinião. É a opinião do outro. Ponto final.
É por esse motivo, que me estou nas tintas para o resultado do referendo. Vou cumprir o meu dever. Dar a minha opinião, que, por enquanto, continua a ser a que era.
Enquanto houver quem pense que a IVG, praticada como contracepção - e aqui, não podemos argumentar apenas que "todos somos contra o aborto", porque não é verdade.
Há quem não seja. Há quem não considere que um zigoto, um embrião, ou mesmo, em alguns casos, um feto, seja vida -, é uma solução a aplicar numa primeira abordagem, até pode, o resultado do referendo, implicar a manutenção da penalização. Não será isso que me fará sentir melhor. Mas far-me-á crer que está em aberto, a hipótese de começar pelo principio. Evitar a gravidez.
Caso contrário, vou continuar a ter, até que a evidência me mostre o contrário, um sentimento de profundo pesar, por todos os que, uma vez concebidos, não vão poder ver o fruto do seu sacrifício.