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"O fraco nunca perdoa. O perdão é a característica do forte."
Mohandas Karamchand Gandhi
O fraco é o único que pode perdoar, porque só o fraco pode ser atingido gravemente.
Não é possível ferir o forte.
"Olho por olho, e o mundo acabará cego."
Idem
Isso de dar a outra face é muito bonito. Em teoria.
Antes o mundo cego do que visto apenas por quem arrancou olhos primeiro.
E que me caia já outra trovoada em cima, só por estar a contradizer um dos meus líderes espirituais, se faz favor.
Talvez seja melhor começar a ter cuidado com o que digo sobre as citações que publico...
...
Para quem não é de cá, ou foi à Alemanha ver a bola, eu explico:
Ontem, depois de publicar a citação de Nietzsche e de ter opinado com um "Também acho.", caiu-me uma trovoada em cima como eu nunca tinha visto.
Das duas uma; Ou foi castigo, ou não foi castigo.
...
E só há uma forma de saber...
" Ter um pensamento de vingança e realizá-lo significa apanhar um forte acesso de febre, mas que passa; ter, porém, um pensamento de vingança, sem força nem coragem para o realizar, significa trazer consigo um padecimento crónico, um envenenamento do corpo e da alma. A moral, que só olha para as intenções, avalia de igual maneira ambos os casos; em geral, considera-se o primeiro caso como pior (por causa das más consequências que o acto de vingança talvez traga consigo). Ambas as avaliações são de vistas curtas. "
Friedrich Nietzsche, in 'Humano, Demasiado Humano'
Também acho.
Branco de paz
Branco de vazio
Branco de calma
Branco de nada
Branco de comprimido que não faz baixar a febre...
Nota: isto foi mesmo escrito em branco.
(Achei importante dizer.)
(Para o caso de ter palavras imperceptíveis...)
(Não sei se será da febre, mas está a enervar-me, o facto de não ver o que estou a escre... escrever )
Sinto-me péssimamente.
Desta vez, o espírito da coisa não colou.
Ainda por cima, detesto assistir a febres colectivas quando não estou minimamente para aí virada.
Pensando bem, isto até pode querer dizer que desta vez, Portugal vai à final e vai vencer por 2-1.
Só para me chatear.
Que classificação dão a este post?
Porquê?
(Não tentem perceber. Eu já tentei, sem sucesso. E mesmo assim, publiquei-o.)
Cada vez mais perto do infinito não teórico.
E cada vez mais perto de aprendermos que a existência de alguma coisa, não está dependente do facto de sabermos dela.
Mesmo assim, somos tão cheios de certezas...
Somos mesmo uma espécie fora de série.
Não foi a primeira vez que o fiz. Terá sido a quinta ou sexta, no máximo.
Considero-me abençoada pela sorte.
Lembro-me perfeitamente da primeira vez e da última. A última foi hoje.
A manobra de Heimlich é utilizada em caso de asfixia provocada por um objecto estranho nas vias respiratórias.
Nunca consegui fazer da forma acima ilustrada. Acho uma violência. (Esta parte é para rir, mas tem um pouco de verdade, mesmo assim. Porque violenta, é a morte de uma criança.)
A minha opção (nem lhe chamo opção. é o que sai no momento e pronto.), é sempre apoiá-las num braço e a pancada seca nas costas. Tão seca, que mesmo com a força que emprego não fica marca.
Isto é fascinante.
Adorava saber onde se escondem a força, o jeito, o sangue frio e a rapidez de acção de uma mãe, a maior parte do tempo. Porque durante os minutos seguintes, no preciso momento em que confirma a segurança da cria, torna-se o ser mais frágil do mundo. Mais frágil ainda do que a própria cria.
Obrigada, instinto.
Não há mais rebuçados inteiros durante os próximos tempos, Marta.
Estou muito feliz, hoje.
São só mais uns dias, se não se importam.
O novo template (se é que template é o que eu acho que é...) está quase quase pronto.
Mas este post, acabei de escrevê-lo agora mesmo. Agorinha mesmo. Mesmo mesmo agora.
Tão agora, que ainda nem acabei de o escrever, vejam lá!...
Não é por nada. Mas não fossem vocês pensar que eu...
Porque eu sei que há pessoas que...
Mas eu, não.
Portanto, agradeço que não pensem que eu...
Estive mais de duas horas a escrever e apagar.
Pesquisei, no google, em crianças e Unicef. Não devia tê-lo feito. As únicas palavras que me ocorriam eram "Meu Deus... às crianças não! Como pode alguém permitir isto? Porquê?".
E de repente, perdi-me no meio da tristeza. Não queria um post triste.
Fiz uma pausa. E então, lembrei-me. Do único dia 1 de Junho que ficou gravado na minha memória. Foi há 22 anos.
Últimos dias da 4ª classe.
Tinhamos estado a brincar, no recreio.
No jogo da apanhada, caí. Esfolei o joelho.
Não chorei, porque estava feliz. As aulas iam terminar dali a alguns dias. Estava calor e eu gostava do Diogo (Ainda hoje, sei de cor o nome dele. Inteirinho). O primeiro amor.
Entrámos na sala e a professora perguntou-me o que era aquele Kleenex, colado com fita-cola, no meu joelho. Pediu-me para ver a ferida.
Olhou, dirigiu-se a uma das meninas mais velhas da sala e pediu-lhe para me acompanhar ao hospital. Ali, mesmo ao lado. A minha mãe estava à nossa espera.
Cinco pontos. Para não doer, apesar da anestesia, cantei alto. Ao menos, à excepção de mim própria, toda a gente se riu naquela sala.
Regresso à escola. Na sala, depois de uma recepção comovente, a professora pediu-nos que escrevessemos um texto sobre o dia mundial da criança.
O título era "Ser criança é..."
Não sei porquê, mas a maior parte do que escrevi, mantém-se aqui dentro com uma nitidez impressionante.
Foi mais ou menos isto:
" Ser criança é...
É como ser uma sereia, deitada na areia.
É como ser uma baleia, que é a rainha do mar.
É como ser uma árvore, cheia de frutos maduros nos ramos.
É como ser um livro, cheio de histórias de encantar.
Ser criança é... ser feliz."
As palavras, continuam aqui. A cicatriz, também.
O "Oh, Sofia!" acompanhado de um sorriso espantado da professora, quando acabei de ler o que escrevera.
O olhar que encontrei de volta quando olhei para o Diogo...
Queria tanto, como quero agora, que toda a gente, no mundo inteiro, seja... criança.
Feliz dia para todos.