De
Alexandra a 23 de Dezembro de 2009 às 01:55
Então um BOM NATAL também... cheio de música, sonhos, rabanadas... coisas boas :)
De
S a 23 de Dezembro de 2009 às 17:50
:)
Obrigada!
De
M a 23 de Dezembro de 2009 às 22:08
Feliz Natal para ti!
E obrigada por te teres lembrado de mim neste natal.
Beijo
De
S a 24 de Dezembro de 2009 às 01:31
:)
Nunca me esqueço de pessoas importantes.
Obrigada, M.
De
... a 23 de Dezembro de 2009 às 22:54
L + L
http://www.youtube.com/watch?v=_eXXHKgQJPA
De
S a 24 de Dezembro de 2009 às 01:33
Feliz Natal, desconhecido.
De
... a 24 de Dezembro de 2009 às 16:24
Feliz Natal, desconhecida.
De
... a 24 de Dezembro de 2009 às 16:36
Então... Você gostou do meu presente de Natal? Tentei sintetizá-lo ao máximo, mas mesmo assim sei que ficou extenso. Eu poderia ter simplesmente lhe enviado um cartão, mas estou cansado daquelas “frases feitas”. Então, resolvi lhe presentear com algo singular, especial. Espero que tenha gostado!
De
S a 25 de Dezembro de 2009 às 14:36
:)
Grata.
De
... a 24 de Dezembro de 2009 às 01:41
Estou caminhando a algumas polegadas acima da poeira. Sigo a rota do vento, que ansiosamente, guia-me até uma tempestade marítima. O passado ainda brilha no horizonte, mas está perdendo a sua forma cristalina. Não sei até onde irei vagar, somente desejo apagar parcela dele da memória. Sinto que preciso desviar-me das fugas mais simples. Vislumbro essa necessidade ambiciosa, porém refletida em planos intermitentes. A síntese talvez possa ser uma nova altitude, à altura das angústias mais expressivas. Existem tantas saídas flutuando nos pensamentos, mas todas as portas parecem gastas pelo tempo. Mas na décima quarta entrada do nevoeiro à frente, sinalizada por um relâmpago flamejante, encontrei a profundidade desejada. Mergulhei em sua aquarela cinzenta e deparei-me com um jardim flutuante, erguido por raízes que escondem a sua própria base. Ao tocar a sua superfície, provei o choque de uma realidade desconhecida. Atordoante momento e seus segundos penetrantes, quase eternos abaixo de minha pele. Por instantes permaneci estático, como uma rocha que conhece as influências do habitat. Mas minha resistência logo se desfez, tamanha era a surpresa. Então me tornei areia e escorri por entre as frestas da paisagem semeada. Ambiente visualmente estruturado em formas multicoloridas e exóticas, tão atrativas à minha pequenez. (...)
De
... a 24 de Dezembro de 2009 às 01:42
Rastejei e encontrei figuras, palavras e seres mais leves do que o ar. No silêncio, pude sentir vibrar os segredos mais venenosos. Encontrei antigos pensamentos, refletidos em um espelho de bordas prateadas, embora o pano de fundo fosse branco e pálido. Seriam previsões de um visionário cego? Não importa, tudo isso é indiferente nesse ponto do percurso. Então, reuni cada elemento visitado e revisitado, para poder formar o seu substrato. Aos poucos, o que era esparso começou a unir-se, dando sentido ao devaneio. Chorei ao sinal das primeiras formas, como se essa sensação fosse nova. O desdobramento estava engatilhado. Inconscientemente, tornei-me barro. Por instantes, senti-me parte da paisagem, mas apegado ao solo, em seu nível mais baixo. Mas premeditadamente, uma lembrança chamou a minha forma original á baila. Senti-me sujo, mas de alguma forma, parcialmente purificado, embora as cicatrizes estivessem adquirindo nova conformação. Ergui-me e soprei parcela da poeira remanescente no olhar. Então, em minutos, caminhei pelos anos de um novo mundo, colhendo com mais cautela os fragmentos de uma máscara ferida. Passei a desejar as suas ruínas, tornei-me excessivamente corrosivo. Somente cometi um erro cabal. Comecei a enferrujar juntamente com ela. Mas em verdade, como posso permitir que uma máscara fite a minha transparência? Não haveria de o disfarce ser refletido de volta? (...)
De
... a 24 de Dezembro de 2009 às 01:43
Mas a sobreposição dos elementos mais básicos da realidade deixou-me enjoado. Creio que deve ter sido o estômago que me tornou sarcástico. Mas mesmo nos momentos de maior inconseqüência, senti prazer em prosseguir em direção às cinzas, mas desde que a combustão fosse mútua. Então, quando juntei a penúltima peça do quebra-cabeça, deparei-me com um castelo na planície mais árida da região. Adentrei o portão principal, que estava desguarnecido. Talvez seja surpreendente que um plebeu se atreva a cruzar os muros que guarnecem um castelo, inclusive por não saber se o seu governante veste luvas de ferro. No entanto, embora não haja marcas aparentes de um conflito bélico, nem os restos mortais de algum habitante, o lugar parecia inabitado. A solidão seria obra de algum Deus faminto? Ou ali seria a morada deste mesmo Deus? Talvez um Semi-Deus? Não importa. O meu ceticismo me faz demasiadamente impetuoso. Estaria me oferecendo ao mais letal dos perigos? Não! Não creio que me conformaria com tal facilidade. (...)
De
... a 24 de Dezembro de 2009 às 01:43
Então prossegui e percebi um de meus enganos. Ao chegar a um grandioso salão, notei que havia vida entre as densas paredes, mesmo que mínima fosse a sua manifestação. Pois seres que desconheço, estavam erguidos nas paredes como troféus de caça. Vestiam máscaras coloridas e variadas, algumas até risonhas, embora o silêncio fosse assustador. Estremeci. Haveria ali um caçador habilidoso? Ou seria uma caçadora? Isso aumentaria o meu receio em dias escuros, talvez até em dias translúcidos com este, pois as fêmeas têm esse instinto inscrito em suas almas. Ainda havia vida pulsando abaixo da pele. Mas certamente o meu maior temor não era este. É a escravidão o pior dos flagelos que se pode impor em momentos de fraqueza ou pureza demasiada. A condição de presa subverte os meus instintos mais elementares. Mas longo havia sido o caminho e o destino haveria de me presentear com algo espetacular. Entretanto, embora não desejasse retroceder, caminhei com mais cautela. Cerrei os pulsos e expus minhas cicatrizes. Então, cheguei até uma porta grandiosa, talvez a principal que encontrei em seu interior, pois as demais eram laterais e menores. Parecia esculpida com muita habilidade, embora com simplicidade. No seu centro havia uma inscrição que dizia: “Somente aqueles que conservam certo grau de pureza podem adentrar e servir-se, mas os orgulhosos encontrarão a sua própria ruína”. (...)
De
... a 24 de Dezembro de 2009 às 01:44
Era necessária uma marreta para penetrar essa porta? Ou a presença de um tolo poderia ser aguardada? Empurrei-a com força e ela rugiu como se estivesse viva. Adentrei e logo percebi que ali somente podia ser o local onde estaria localizado o altar dos governantes. Velas iluminavam o caminho até o trono, semi-oculto entre as sombras refletidas nos pontos cegos ao meu olhar. Enquanto caminhava, observei a arquitetura ao redor. Encantei-me com a sua simplicidade e com suas linhas precisas, contornando a premeditação da arte. Ao chegar ao trono, percebi que um das cadeiras estava vazia. Na outra, parecia haver uma mulher. Aproximei-me e ajoelhei em sinal de reverência, olhando para o chão, pois me lembrei dos troféus durante o caminho. Por instantes, um silêncio cortante dominou o cenário. Mas a pessoa que estava sentada no trono, em um ato de bondade, falou: “Levante-se. Neste reino somos iguais”. Era uma voz feminina, certamente. Suave, mas maliciosa. (...)
De
... a 24 de Dezembro de 2009 às 01:45
Levantei-me e fitei-a com cautela. No mesmo instante, percebi que lateralmente, mas atrás do trono dela, havia quatro anjos, dois em cada lado, e um Demônio mais ao fundo, ao seu lado esquerdo, que segurava uma flor endêmica. Essa flor possuía luz própria, por isso pensei que somente florescesse em solo habitado por demônios. Logo me questionei qual deles seria o seu amante, o seu bobo da corte, o seu malabarista, o seu macaco amestrado e o seu criado, pois até aquele momento somente ela, a Rainha, possuía forma humana. Então ela perguntou-me: “O que lhe trás aqui?”. Enquanto eu pensava, perguntei-a de forma respeitosa qual era o seu nome. Então ela se levantou e pude observá-la com mais nitidez. Era uma mulher imponente, que certamente já não era mais uma menina. Seus longos cabelos tinham um tom laranja-avermelhados e sua pele era semelhante ao branco das nuvens de outono. O seu corpo estava oculto sobre as camadas do vestido preto, mas parecia possuir curvas sedutoras. (...)
De
... a 24 de Dezembro de 2009 às 01:45
E ela respondeu: “Sou a Rainha Diana, mas o que lhe trás aqui?” Impaciente, ela repetiu a pergunta. Desta vez, concentrei-me. Medi as palavras, pois estava na presença de uma Rainha. Não podia simplesmente dizer que ventos tempestuosos haviam me guiado até ali e que o esquecimento era o meu propósito. Então comecei a contar-lhe sobre uma instigante aventura, pois ouvi dizer que rainhas gostam de fábulas. Mas logo ela me interrompeu e disse: “É indelicado conversar sem olhar nos olhos do interlocutor”. Sei que o meu gesto pode representar também falta de confiança ou temor, em raras oportunidades, respeito demasiado. Mas temi confrontá-la em seu interior. Afinal, vivemos em mundos diferentes. Talvez ela pudesse ir muito fundo e chocar-se com a miséria que eventualmente encontrasse. Não que eu carregasse um deserto entre minhas entranhas, mas é que ouvi dizer que rainhas estão habituadas a campos verdejantes. Lado outro, eu poderia ser surpreendido pelos segredos dela. Nesse jogo de poder, eu era o plebeu. Mas após refletir, eu disse: “Procuro pela última peça de um quebra-cabeça”. Dessa forma minha jornada pareceria instigante. Então ela pegou uma caixa ao lado de seu trono e ordenou que eu me aproximasse, esticou os braços e disse: “Pegue-a”. Segurei-a nas mãos. Notei que entalhado em sua tampa havia um desenho do Sol e da Lua fundindo-se, e, contornando-os circularmente, um arco-íris que, se não me confundi na contagem, possuía nove cores. Nas laterais havia símbolos que eu desconhecia o significado, mas que pareciam uma forma de escrita. Mas antes que eu pudesse observar todos os detalhes, ela completou: “Faz tantos anos que espero um visitante que deseje preencher um espaço vazio. Mas devo adverti-lo, somente abra-a quando sentir que realmente encontrou o que procurava”. (...)
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