Domingo, 30 de Junho de 2013
E num fio de voz, numa confissão sussurrada e inocente, ela confessou-me:
E naquele momento, quando ele lhe disse que não, que a minha vontade
devia ser respeitada, eu juro que vi; era uma capa vermelha presa ao
pescoço, uma pala no cabelo assim para trás e um "S" enorme no peito
dele. Mas não digas a ninguém.
E então invadiu-me a paz e uma esperança renasceu. Não está tudo
perdido. Às vezes as coisas são exactamente como devem ser. Sempre,
seria o ideal. Mas às vezes já não é mau.
Quinta-feira, 27 de Junho de 2013
Tantas coisas boas ao mesmo tempo. Tantas.
Sexta-feira, 21 de Junho de 2013
Descobrir a felicidade num dia aparentemente igual a tantos outros não
pode ser coincidência. E não é. De certeza.
Sábado, 15 de Junho de 2013
Ah, a verdade...
E o azeite.
Ou os negativos.
Nunca falha.
Mas às vezes, é pena.
Terça-feira, 11 de Junho de 2013
É sempre bom conhecer pessoas que me dizem que às vezes, à noite, dão
maçãs aos duendes que têm no pequeno pátio da sua pequena casinha
algures entre a finada estação de Pedrouços e a linda estação de
Belém.
É inspirador.
Não cheguei a perceber se os duendes eram entidades materialmente
reais ou apenas no plano... coiso. Mas foi um momento que jamais
esquecerei.
Principalmente porque passei a ter uma resposta alternativa ao simples
sorriso, se alguma vez me disserem que provavelmente enlouqueci.
Sexta-feira, 7 de Junho de 2013
Não sei lidar com a morte. Descobri hoje.
Se ouvirem falar da interrupção na circulação de comboios desta manhã,
entre o Monte Estoril e o Estoril, não se preocupem. Foi apenas um
teste à minha reacção.
O comboio pára. Olho pela janela para a linha e vejo, debaixo da minha
carruagem, metade de um corpo. De um homem. Tudo o que de vida havia
em mim evaporou. Saiu num único sopro. Foi o mais próximo que alguma
vez estive de uma morte violenta.
Mas que afinal não foi uma morte. Física, pelo menos. Nem próximo.
Havia um arranhão num joelho.
Sabe-se lá quantos, por dentro.
Mas foi demasiado violento. E demasiado próximo de mim.
Quarta-feira, 5 de Junho de 2013
Não é difícil amar. Difícil pode ser o que isso implica, quando
confundimos o conceito. O amor é sempre bom, se o isolarmos do resto.
E o que é o resto? O que a maior parte de nós espera em troca, quando
ama. Isto não é um paradoxo. Pode parecer, mas não é. Porque amar é um
verbo de acção num sentido apenas. É ir numa direcção. Se fosse ir e
voltar, era só mar.
E só ir deve ser suficiente. Só ir, deve chegar. Só ir deve ser
chegar. Ao outro e a nós.
... E assim.
Alguém sabe se amanhã vai estar calor?
Terça-feira, 4 de Junho de 2013
Era capaz de passar dias e dias e noites e noites a olhar para a pista
de um aeroporto.
Domingo, 2 de Junho de 2013