Cinco estrelas
Família
Amigos
Diafragma & Fotoescrita - RIP
Relógio parado - RIP
Outros
Troca de olhares - RIP
Frota A310 - RIP
Miúdos
Just in Case
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
E se eu vos disser que a vida de cada um de nós cresce, e que esse crescimento não se mede em anos, nem em meses, nem em semanas, nem em dias, nem em horas, nem em minutos, nem em segundos?
Fazem alguma ideia de como se mede a vida de cada um de nós?
Ou estão demasiado ocupados para pensar na resposta?
Sem a loucura que é o Homem
mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
Fernando Pessoa
Começou aos 59 minutos de hoje.
Espero que venha em força.
E para ficar.
Mas isto é o que eu espero.
O que vai, de facto, ser...
Verão.
Já olharam bem para a Lua, hoje?
Mas mesmo bem?
Garanto-vos que está diferente.
Olhem lá outra vez...
O meu relógio parou, num dia 11, a contagem dos dias.
Não sei de que mês, porque só reparei ontem.
Os segundos, os minutos e as horas continuam alegremente a passar.
Mas os dias pararam no 11.
É possível que esteja assim há meses, é possivel que esteja assim há apenas três dias, o que me leva às questões seguintes:
Há quanto tempo perdi a noção do tempo?
Há quanto tempo não olho para o meu relógio sem pressa?
Há quanto tempo (adoro este efeito visual de começos de frases repetidos) não escrevia disparates como se estivesse a escrever a coisa mais séria do mundo?
Demasiado.
O tempo é uma coisa estranhíssima.
Passa por nós tão depressa, às vezes tão devagar e tão enganadoramente leve e afinal tem um peso tão... avassalador.
Aquele título "Curiosidades", que deveria ter tido um post há uns dias, ficou arrumado num canto. Mas não me sai da cabeça. Anda aqui dentro, de um lado para o outro, impaciente.
Falei sobre o assunto com o meu médico e, quando esperava uma reacção em forma de um encolher de ombros desconcertado e clichés, recebi apenas um sorriso e um olhar profundamente silencioso.
Fiquei mais descansada.
Ainda por cima, nem falou em internar-me.
"O sentido da vida, se é que existe algum. Alguém sabe?
O que é que nos move?
Já repararam que, pelo menos aparentemente, não passamos de aglomerados de experiências, de vitórias e derrotas, em busca da vitória derradeira?
E que, no final da linha, em vez de recebermos a medalha, apenas... acabamos?
É suposto querermos mais, quando temos a já tão rara hipótese de viver?
Será a solidão o pior inimigo do sentido da vida, porquanto não nos permite qualquer distracção na busca das nossas vitórias e, consequentemente, nos faz ver mais de perto e apenas com os nossos olhos os resultados dos nossos fracassos?
E sendo ela o pior inimigo, não fará do amor o extremo oposto? Aquele que nos ilude no sentido contrário e que nos faz aceitar quase tudo sem questionar a sua lógica, que nos ofusca a capacidade de olharmos mais demoradamente aqueles que o não têm e nos impede de lutar para que, também esses, passem a tê-lo?
Onde está o meio termo, então?
Passar a vida inteira a praticar tiro ao alvo.
E não desistir de querer saber onde está o alvo.
Só assim existirá uma maior probabilidade de alguém o descobrir. E de partilhar a descoberta com os que o procuram."
E vocês? Já comeram fruta, hoje?
A partir de...
...
agora.
(Prometo saquear apenas o que me for permitido e sem usar violência... OK, muita violência. Um género de... Pirataria Budista, digamos. Ou Budismo Pirata, pronto.)